Piden liberdade para usar o portugués no ámbito académico e administrativo

A Associação Cultural Pró-Academia Galega da Língua Portuguesa destaca a "potencialidade da língua própria da Galiza" e lembra que "son cada vez máis" os que a escollen para expresarse.

Por Galicia Confidencial | Compostela | 21/04/2014 | Actualizada ás 11:00

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A Associação Cultural Pró-Academia Galega da Língua Portuguesa aproveita a entrada en vigor da Lei 1/2014, de 24 de marzo, para o aproveitamento da lingua portuguesa e vínculos coa lusofonia, coñecida como "Lei Paz-Andrade", para reclamar o uso desta lingua en "todos os ámbitos de uso", sexa prviado ou público, ou familiar e laboral.

Presentación no Parlamento da iniciativa popular Paz Andrade, logo convertida en lei
Presentación no Parlamento da iniciativa popular Paz Andrade, logo convertida en lei

Así, lembra varias sentenzas nas que se recolle a posibilidade de que os galegos tamén se poidan expresar en portugués e lembra que a norma da RAG non é de "obrigado cumprimento". Ademais, destaca que a lei aprobada pola Cámara galega recolle a responsabilidade dos poderes públicos en promover o coñecimento da lingua portuguesa "como fundamento da potencialidade e utilidade da lingua propia de Galicia", e o fomento do coñecemento deportugues por parte dos empregados públicos.

"A lei é um passo importante para o aproveitamento da potencialidade da língua própria da Galiza, mas também deve servir para aprofundar na liberdade linguística das pessoas", apunta esta entidade. Neste sentido, suliña que, na sociedade galega, "um crescente número de pessoas optam -de conformidade com uma visão de unidade da língua em que a pola galega é mais uma junto da portuguesa, brasileira, caboverdiana, etc. -por escrever o seu Galego utilizando a ortografia internacional da língua". 

Por iso, agarda que a nova lei contribua a mellorar o coñecimento do portugués. "Queremos também contribuir para remover qualquer entrave que possa existir para as pessoas se relacionarem na Galiza com as Administrações (e estas com aquelas) utilizando critérios escritos diferentes do recolhido na Disposição Adicional da Lei de Normalización Lingüística, motivando juridicamente a impossibilidade de tal discriminação", engade.

Por iso, deron a coñecer este escrito no que argumentan a súa petición:

RELAÇÃO DE MOTIVOS QUE AMPARAM O USO LEGAL E CORRENTE DE DIVERSAS NORMAS ORTOGRÁFICAS PARA A LÍNGUA PRÓPRIA DA GALIZA

Abril 2014

No Estado espanhol as normas ortográficas de qualquer das línguas oficiais do estado não são objeto jurídico. Por isso não existem normas ortográficas "oficiais" e não vigora disposição jurídica alguma que obrigue os administrados à utilização duma norma ortográfica

concreta.

As normas de escrita das línguas são só princípios orientadores, que as pessoas aplicam com maior ou menor grau de conhecimento. De maneira estrita, se as normas ortográficas fossem "oficiais", qualquer escrito que contivesse o que se entende por "erros" (acentuação, irregularidades ortográficas, etc.) seria juridicamente inválido. Mas isto não acontece. Juridicamente não cabe o estabelecimento de fronteiras entre o que se entende como um escrito "correto" ou "incorreto". Na expressão escrita de qualquer língua cabe um amplíssimo leque de variabilidade e criatividade - incluindo quaisquer formas mistas de expressão que combinem princípios normativos - variabilidade que, desde que a compreensão básica do texto não se veja afetada, fica fora de qualquer regulação e sanção jurídica

como exceção parcial, o Decreto 173/1982, do 17 de novembro, de normativización da lingua galega, estabelecia a obrigatoriedade de ensinar nos centros escolares sob competência autonómica a norma da Real Academia Galega, mas sem afetar outros âmbitos administrativos nem impedir que também puderam ser ensinadas nos centros escolares outras normas distintas da citada. O antedito decreto fixava três normas de correção idiomática para serem ensinadas nos estabelecimentos educacionais:

1.- A norma NOMIGa ILG-RAG, só para a formulação de 1982-1983, dado que as posteriores, dos anos 1995 e 2003, não foram acompanhadas do correspondente decreto.

2.- O vocabulario ILGa, que decaiu por não cumprir o prazo.

3.- A norma mista ILGa-RAGa, resultado das duas anteriores, aliás, decaídas.

No caso da Galiza, a Disposição adicional da Lei 3/1983, de 15 de junho, de normalización lingüística, refere-se à correção idiomática para estimar "como criterio de autoridade o estabelecido pola Real Academia Galega" indicando claramente que a opinião desse organismo é apenas um critério de autoridade que não se define como único ou exclusivo, nem como obrigatório para os administrados e muito menos como oficial.

A Sentença 1992/1993, de 4 de maio, do TSJG, confirmada pela sentença do Tribunal Supremo de 2 de outubro de 2000, defende a legitimidade do uso de "outras regras ortográficas do idioma galego assumidas e praticadas em eidos intelectuais e por capas sociais que atopam o seu fundamento e legitimidade em razões históricas, consuetudinárias, geográficas e de polimorfismo próprio das falas", acrescentando que "Consequentemente, constituirá um atentado ao direito à liberdade ideológica, científica, de expressão e de livre circulação das ideias, todo intento por parte dos poderes públicos de seiturar, com o galho da defesa a ultrança duma normativização oficial, posturas linguísticas que, não apartando-se do seio comum de origem e convivência idiomáticas, se amossem como discrepantes".

Ampliando o Artigo 5.4. do Estatuto de Autonomia da Galiza, a Lei 3/1983, de 15 de junho, de Normalização Linguística, indica em seu Artigo 3º que "Os poderes públicos da Galiza adoptarão as medidas oportunas para que ninguém seja discriminado por razão de língua", não devendo excluir-se as escolhas ortográficas individuais desta garantia. Deve ressaltar-se que o próprio Tribunal Superior de Justiça da Galiza tem utilizado normas ortográficas distintas das da Real Academia Galega na hora de emitir sentenças, como são a 177/1986 ou a 378/1989.

Por isto, a Administração, conforme à lei, deve admitir qualquer texto duma língua oficial redigido em qualquer norma ortográfica baseando-se no critério de inteligibilidade. Se um texto é inteligível, se pode entender-se, deve ser admitido a trâmite. Qualquer rechaço dum texto por razão de norma ortográfica é discriminatório.

Como reconhece a Sentença 1992/1993 do TSJG, de 4 de maio, existem outros critérios ortográficos para a escrita da língua galega distintos e concorrentes com o da Real Academia Galega. Estes critérios de autoridade são estabelecidos igualmente por entidades em cujos estatutos, legalmente reconhecidos, consta o fim ou objetivo de estabelecer critérios de correção idiomática para a língua própria da Galiza, como é o da Academia Galega da Língua Portuguesa, conforme a Orden CUL/1075/2011, de 1 de marzo, por la que se inscribe en el Registro de Fundaciones la Fundación Academia Galega da Língua Portuguesa (BOE, 29 de abril de 2011). A AGLP propõe, como continuadora da Comissão Galega do Acordo Ortográfico, a adoção do Acordo Ortográfico de 1990 como norma para a escrita do galego. A citada Comissão Galega foi responsável pela delegação de observadores da Galiza que tomou parte nas reuniões do Acordo Ortográfico de 1990, tratado internacional que inclui a Galiza no seu primeiro parágrafo e que foi ratificado por sete Estados signatários.

A Lei 1/2014, de 24 de março, para o aproveitamento da língua portuguesa e vínculos com a lusofonia, a "Lei Paz-Andrade", reconhece a importância dessa Comissão - cujo vice-presidente dá nome à lei -, citando-a na sua exposição de motivos, e estabelecendo ainda em seu Artigo 1.º a responsabilidade dos poderes públicos em promover oconhecimento da língua portuguesa como fundamento da potencialidade e utilidade da língua própria da Galiza, e o fomento do conhecimento deportuguês por parte dos empregados públicos.

Um crescente número de galegas e galegos, tanto pessoas como entidadesjudíricas cívicas e de investigação, em consonância com o espírito da Lei Paz-Andrade, utilizam diariamente uma escolha ortográfica distintada proposta pela Real Academia Galega para a representação escrita das falas galegas conforme a uma visão extensa e útil da língua própria da Galiza, escolha que também está amparada pelos Artigos 3º, 5º e 9º da Declaração Universal de Direitos Linguísticos, aprovada em Barcelonaem junho de 1996.

Esta escolha individual pode ser aplicada pelo usuário da língua em todos os âmbitos de uso: no privado e no público, no familiar e no laboral, exercendo o direito vigorante na Espanha a expressar-se por escrito como melhor entender e/ou souber, sem obrigação de seguir uma norma ortográfica concreta, e com a possibilidade de seguir qualquer das normas possíveis. Portanto todas as normas estabelecidas por organismos competentes em língua podem ser usadas de maneira corrente tanto em textos administrativos quanto em textos laborais, escolares e pessoais, por esse uso estar dentro do quadro legal explicado.

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Comentarios 65 comentarios

21 Uff!

Quanta bile, nha madrinha...

20 Viva a PDACPAGLP

Paren as rotativas que chega a "Associação Cultural Pró-Academia Galega da Língua Portuguesa". Como vai isto? Existe unha Academia Galega da Língua Portuguesa e unha Associação Cultural Pró-Academia Galega da Língua Portuguesa? Agora só falta que os catro frikis rexistren a "Plataforma en Defensa da Academia Galega da Língua Portuguesa". Ou mellor aínda, a "Plataforma en Defensa da Associação Cultural Pró-Academia Galega da Língua Portuguesa".

19 morasleira

"Erámos poucos e pariu a avoa"

1 leiramoras

Éramos pocos y parió la abuela

18 Freixo

A nossa Língua definha: de um lado o espanholismo soez e prepotente e a miserável RAG; do outro os do AO a matar as nossas raízes etimológicas e a converter-nos num crioulo brasileiro com a sua AGLP. Quanta estultícia, miséria e falta de toda ética e respeito pola nossa Língua nuns e noutros...

1 Akribéstaton

Freixo: Outro galleguiño perdedor, histérico e choromicas que em vez de falar do assunto prefere repartir injúrias por toda parte para desabafar a sua frustração consigo mesmo. Em que consiste a estultícia ou falta de toda ética da AGLP? O que é isso de "crioulo brasileiro"? O problema é que são demasiados os galleguiños como o senhor: miolo do medo no osso da verrina.

2 Freixo

Akribéstaton: Outro herdeiro da chularia e arrogância castelhanas que nom acredita em Galiza nem na sua língua e prefere o guarda-chuvas do crioulo brasileiro que se agocha nesa aberraçom chamada Acordo Ortográfico, tirado realmente do orto que deve ser o órgao do pensamento de alguns. Um covarde que prefere a fugida para adiante e escrever com desprezo das nossas raizes etimológicas para refugiar-se numa ortografia imposta a ferro e fogo polos governos que só conhecem um alfabeto: o do $$$$$

3 Akribéstaton

Freixo, as duas frases são o mesmo ganido. Aqueles que tanto denigras caracterizam-se, precisamente, polo esforço do argumento e a determinação cívica. Que é aquilo de que careces. Dai a tua querença polo insulto e o salouco, que fazem inútil o teu anonimato instintivo.

4 Freixo

Som tam anónimo como o podas ser tu. Quanto aos teus insultos AD HOMINEM sem conhecer-me de nada já te definem. Em troca, eu si que conheço a bastantes senhores da AGLP, que passaram a adorar o tótem do AO após anos de ter defendido uma ortografia comum (NUNCA UNIFORME) com o resto do nosso espaço lingüístico. Ficade pois com os vossos "pela", "come-lo-ei", "fiz" e as aberraçoes do AO como "arquiteta" (mulher de muitas tetas) ou "intercetar"

5 Akribéstaton

Freixo: Sobre o anonimato: (1) Eu falei do teu "anonimato INSTINTIVO", (2) dizendo que as tuas difamações gratuitas o tornavam inútil (porque delatam o pássaro); (3) eu mantenho a mesma alcunha desde há anos, polo que há uma identidade mínima que permite julgar a coerência do discurso; (4) e já dei muitas vezes o nome e não me importo volar a faz?e-lo Sou este: https://www.facebook.com/pedro.brav.... Mas como este meio GC não cuida o espaço público dos comentários prefiro manter a alcunha. Sobre os insultos: (1) julgo a partir de tuas palavras (operari sequitur esse); (2) acho que sei quem és. Sobre o AO: (1) não há adoração, senão apoio argumentado e matizado; (2) as troças são ridículas: na maior parte dos casos é simples questão de costume. Por último e em geral: o que o senhor diz nada tem que ver com a petição de que se informa.

6 Freixo

A petiçom imagino que inclui o ensino na aberraçom chamada AO, de muitos de cujos dislates e da vergonhosa forma como foi imposto se pode encontrar informaçom em http://ilcao.cedilha.net/...a mesma forma em que imposta a ortografia castelhana à Língua de Galiza, curiosamente. Quanto à troça, vos também troçavades de que certa letra se chama-se em galego "o cu", quando o seu nome é "que".Quanto ao resto, eu manetnho a minha coerência de defesa da Língua de Galiza desde hai muitos anos e nom a venderei ao império da economia e da finança, como fam alguns seduzidos pola "grandeur" do Brasil.

7 Freixo

Polo demais, desde que alguns somos chamados ISOLACIONISTAS polos servos submissos ao acordês-financês que foi imposto para escrever a nossa Língua, desprezando a nossa origem latina e suprimindo em nome do facilitismo os grupos latinos (nom hesitando em mentir dizendo que a primeira consoante desses grupos é muda), tais persoas nom me merecem qualquer respeito. Mentiras no seu argumentário e desprezos às persoas que nom comungam com o seu fanatismo de neo-conversos. Fiquem pois na sua AGLP, nome bem digno de uma instituiçom que vende a nossa Língua no mercado ao melhor pagador.

8 Akribéstaton

Freixo: (1) já deu provas de ter uma "imaginação" febril. (2) De momento restringe-se ao uso particular. (3) Mas, tem algo de mau o ensino? (4) Formo parte dum grupo Facebook contra o AO. (5) As razões que achegam são arrasadas polo tremendismo e a desqualificação pessoal. (6) Já que sistematicamente incluis o teu interlocutor num grupo ("vós", etc.) direi que os traços do/s partidário/s da tua posição (sempre contra todos) são o anonimato, a caricaturarão e a querença pola injúria. Não encontrei nenhum galego nestes foros que defenda publicamente a tua posição. (7) São troças bem distintas: o nome das letras aprende-se na primeira infância. Além da sua imediatidade. (8) Para vender tem de haver comprador... A sério, quem vendeu nada, quem se vendeu a ninguém? /// O caráter repetitivo do segundo comentário confirma a primeira diagnose: a paixão do senhor é o animus injuriandi. Pois será felicíssimo...

17 Nuno Alvarez

As linguas evolucionan e fanse fortes...ou cómenas, morren. A norma da RAG válida para a administración está morrendo, non ten seguidores (xa o 80% dos pais lle falan as suas crianzas en castellano)...e isolarse das raices propias do galego trouxo, máis que un acercamento ao ghallegho falado...un menosprezo, unha idea de lingua sen valor. E vivimos nun contexto moi dinámico, interrelacionado e estudando, valorando...o que cotiza e dá saidas. Alonso Montero explicouno ben, había que facer un galego máis parecido ao castellano para que os rapaces o quixesen, lles resultara doado, etc, etc. Unha das cagadas máis grandes da triste Historia da Lingua, só boa para os estómagos que viven desa norma, desa leira, desas subvencións... O mundo non se para, e a xente decide coa súa escolla. E en Galicia escolle castellano...unha das linguas máis importantes do mundo. É o que hai. E a realidade que xa está aí...Outras telepatías...cada unha coas súas.

1 Akribéstaton

Nuno Álvarez, péssima redação a tua. Menos mal que é emascarada por ideias... ainda piores. Pois fazes possível o pior que o péssimo. Centrando-nos na parte final (todo o outro é absoluta paparruchada). (1) Haverá que inferir que "a gente" também escolhe a corrupção, a polução, o desastre urbanístico, etc. etc.: ser um dos países mais 'pringaos' só pode dever-se à própria determinação. (2) Além da inércia e o capricho, e o condicionamento, está a escolha racional e responsável: não todos somos carne. (3) O senhor não entra no assunto: muitos cidadãos queremos viver em galego digno e viável na Galiza. É assunto de escolha supermotivada. E o senhor olha, se contradizendo, para a "evolução" das línguas, por uma banda, e a ignomínia dos fracos, por outra. (4) O castelhano é língua imposta na Galiza,