A alternativa estratégica que a classe obreira galega necessita

Em pouco menos de 72 horas, tem lugar em Compostela o 6º Congresso de Primeira Linha. “Alternativa estratégica” é a legenda sob a que o máximo órgao de decisom do nosso partido convoca o conjunto da militáncia para analisar, debater e aprovar o diagnóstico destes últimos cinco anos e as linhas políticas para o vindouro período congressual.

Por Carlos Morais | Compostela | 04/05/2015

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O 6º Congresso tem lugar numha conjuntura política nacional e internacional caraterizada polo agravamento das condiçons materiais, por enormes retrocessos nas conquistas e direitos laborais, das liberdades básicas, provocadas pola ofensiva burguesa sob a justificaçom das crise económica. Um período acompanhado pola extensom e agudizaçom da guerra, da repressom e do caos generalizado a que o imperialismo está a submeter vastas zonas do planeta.
 
Esta multicrise do capitalismo senil adota umha particular especificidade na Galiza, polo agravamento da dependência nacional a que a nossa Pátria e o nosso povo é submetido polo Estado imperialista espanhol. A ofensiva burguesa vê-se agravada pola carência de soberania e independência nacional, polo submetimento às diretrizes da UE e dos organismos internacionais imperialistas, como o FMI. 
 
Assim, neste quinquénio aumentou a taxa de desemprego, a precarizaçom das relaçons laborais, a extensom da pobreza e da exclusom social, a emigraçom maciça da juventude, a opressom das mulheres trabalhadoras. Também umha série de tendências que questionam a viabilidade do projeto político da Naçom Galega, devido à destruiçom dos seus sinais medulares, com destaque para o uso da nossa língua.
 
Perante as falsas alternativas eleitorais que o sistema promove para garantir a sua reproduçom, frear e anestesiar o desenvolvimento do movimento de massas; perante o taticismo eleitoral em que continua inserida a esquerda nacionalista galega; nom há mais alternativa que continuar a construir um movimento sociopolítico revolucionário com um flexível programa tático, enquadrado numha estratégia assente sobre firmes princípios.
 
Eis porque a Tese Política do 6º Congresso ratifica a vigência e necessidade do partido comunista. Nesta conjuntura tam adversa, reafirma a importáncia da dialética entre partido de vanguarda, organizaçom de massas e movimentos sociais, pois sem ferramenta organizativa nom há luitas e sem elas nom há avanços nem vitórias. 
 
Todavia, o 6º Congresso de Primeira Linha também analisa as mudandas operadas da esquerda patriótica, atualizando a caraterizaçom da esquerda independentista galega e  apostando na sua reformulaçom integral. Abordaremos ainda as mudanças operadas na morfologia de classes da formaçom social galega, que exigem alteraçons na linha discursiva.
 
Está prevista igualmente a aprovaçom dumha série de modificaçons estatutárias, visando aperfeiçoar o nosso modelo leninista partidário.
 
O Congresso vem precedido por duas Conferências Nacionais -abril de 2013 e novembro de 2014-, nas quais se abordou o conjunto de desafios a que o partido comunista, como destacamento organizado da classe obreira, é submetido permanentemente pola ideologia reacionária burguesa.
 
Com este 6º Congresso, pretendemos fechar umha etapa de convulsons e turbulências que tenhem dificultado o cumprimento de boa parte dos objetivos acordados no 5º Congresso, para assim avançar na organizaçom e desenvolvimento das forças da  Revoluçom Galega.
 
Do seu êxito dependerá a impostergável reorganizaçom e impulso que necessita o movimento de libertaçom nacional galego, para assim poder desenvolver com coerência a luita de classes, único método de defesa da classe obreira, das camadas populares e da Pátria perante as agressons do capitalismo espanhol e da UE.

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Carlos Morais Carlos Morais nasceu em Mugueimes, Moinhos, na Baixa Límia, a 12 de maio de 1966. Licenciado e com estudos de doutoramento em Arte, Geografia e História pola Universidade de Compostela, tem publicado diversos trabalhos e ensaios de história, entre os quais destacamos A luita dos pisos, Ediciós do Castro, 1996; Crónica de Fonseca, Laiovento, 1996, assim como dúzias de artigos no Abrente, A Peneira, A Nosa Terra, Voz Própria, Política Operária, Insurreiçom, Tintimám, e em publicaçons digitais como Diário Liberdade, Galicia Confidencial, Sermos Galiza, Praza Pública, Odiário.info, Resistir.info, La Haine, Rebelion, Kaosenlared, Boltxe ou a Rosa Blindada, da que fai parte do Conselho assesor. Também tem publicado ensaios políticos em diversos livros coletivos: Para umha Galiza independente, Abrente Editora 2000; De Cabul a Bagdad. A guerra infinita, Dinossauro, 2003; 10 anos de imprensa comunista galega, Abrente Editora 2005; A Galiza do século XXI. Ensaios para a Revoluçom Galega, Abrente Editora 2007; Galiza em tinta vermelha, Abrente Editora 2008; Disparos vermelhos, Abrente Editora 2012. Foi secretário-geral de Primeira Linha entre dezembro de 1998 e novembro de 2014. É membro do Comité Executivo da Presidência Coletiva do Movimento Continental Bolivariano (MCB). Fundador de NÓS-Unidade Popular em junho de 2001, formou parte da sua direçom até a dissoluçom em maio de 2015. Na atualidade, fai parte da Direçom Nacional de Agora Galiza e do Comité Central de Primeira Linha.