Por Miguel R. Penas | | 20/11/2011
A realidade de 1981 e a realidade de 2011 som imensamente diferentes. A língua, o país, a sociedade, o mundo em geral tem sofrido um processo de mudança enorme e intenso. Grande parte da massa associativa atual da AGAL ainda nom nascera daquela ou éramos crianças que estávamos nos nossos primeiros anos de escola. A maioria da atual directiva da Associaçom pertencemos a estas primeiras gerações de galegos e galegas que estudamos a nossa língua na escola desde sempre, a primeira vez em toda a História da Galiza que isto tem acontecido. E pouco depois nascérom ferramentas imprescindíveis como a TVG ou a Rádio Galega que assentárom ainda mais a nossa percepçom do galego como umha língua completa, que pode valer para qualquer ámbito da vida.
Crescimos numha década na que Galiza dava os seus primeiros passos no autogoverno, na que voltavam a criar-se instituições galegas, por primeira vez em séculos. E com certeza que todo isto fôrom acontecimentos que nos tenhem marcado. Instalamo-nos no galego com tanta naturalidade que quando decidimos achegar-nos às suas origens tiramos as mesmas conclusões que tiraram anteriormente mestres como Castelao ou Murguia. E ficamos totalmente abraiados com todas as possibilidades e portas que se lhe abriam à língua, e que portanto se nos abrem a nós.
Mas também é certo que medramos desconhecendo muitas cousas, debates que ficárom agochados, propostas, alternativas,... e entre todo isto destaca a grande discussom sobre a nossa identidade linguística. Escondeu-se-nos o debate e, o que é mais grave, ocultou-se-nos que a nossa língua é Mundial. Por quê? Que ganhamos com isto?
Na AGAL de 2011 temos a certeza de que ser galegos, ser galegas é algo espetacular e que temos que aproveitar as oportunidades que nos abre a nossa língua. Queremos superar a focagem que pretende -propositadamente ou nom- limitar-nos como galegofalantes. O futuro é atraente e prometedor se coletivamente somos capazes de apostar por nós mesmos. Porque neste pequeno cantinho da velha Europa “fala-se”, igual que numha das principais potências emergentes, e que cada vez vai ter um maior protagonismo, como é o Brasil.
Temos umha vantagem competitiva. Só temos que mudar o nosso chip. Parafraseando o nosso presidente no seu discurso de encerramento da festa celebrada polos nosso 30 primeiros anos: "A questom é se somos capazes de aproveitar essa maré ou se deixamos que passe ao lado".
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