Podemos: mais que punhaladas internas polo poder

As grossas palavras da semana passada dérom passo ao insulto e à desqualificaçom entre as duas principais fraçons que desputam o poder no seio de Podemos.

Por Carlos Morais | Compostela | 28/12/2016

Comparte esta noticia
 
A pouco menos de três anos da sua constituiçom o partido morado homologa-se com a prática consubstancial dos partidos sistémicos burgueses [1], onde a ausência de debate político e ideológico é susbtituida polo confronto entre as camarilhas burocráticas para controlar o aparelho e as finanças.
 
O espetáculo televisivo e na rede de guerra aberta entre Pablo Iglesias e Iñigo Errejón deu passo ao confronto direto entre os seus principais quadros, amplificada polos mesmos meios que promovérom a força chauvinista e populista socialdemocrata espanhola.
 
Deste jeito salta polos ares boa parte do discurso e retórica [“relato” na gíria postmodernista] da mal chamada “nova política” sobre o pluralismo e a transversalidade.
 
A relativa recuperaçom da estabilidade política atingida polo regime do 78 polo êxito atingido com o conjunto de medidas arriscadas para relegitimar-se [promoçom de válvulas de escape bem controladas como o 15M, susbtituiçom do desgastado monarca bourbónico polo seu filho, impulso do nacional-populismo podemita, neutralizaçom do movimento operário] que desmobilizárom o povo trabalhador, aggiornando as sus reivindicaçons por meio do amorfismo cidadanista e o ilusionismo eleitoral, permite-lhe explorar o início dumha nova fase caraterizada por ir reduzindo palutainamente apoios a Podemos, promovendo a sua rutura “controlada”.
 
O risco de fratura interna entre ambas correntes -diferenciadas pola sua tática de maior ênfase socialdemocrata, política de alianças com o PSOE mais forças de ámbito naconal e presença na rua-, está diretamente vinculado com o congresso de fevereiro de 2017. Embora o divórcio no vaia ser imediato porque ambas fraçons de momento se continuem a necessitar mutuamente para consolidar nas vindouras eleiçons o sorpasso sobre o PSOE e cumprir o rol de principal partido da oposiçom na democracia burguesa hispana.
 
Podemos perdeu com grande rapidez boa parte da frescura do “nuovo” que fascinava aos segmentos sociais pequeno-burgueses, semiproletários e desclassados que acreditavam nas milongas do “coletas” de soluçons fáceis, imediatas e indoloras para situaçons complexas e prolongadas que requirem lágrimas, suor e sangue se nos referimos à mudança social, à Revoluçom.
 
O desgaste de Podemos e a sua mais que provável quebra interna a meio ou longo prazo, quando umhas das duas fraçons considere prescindível a outra na lógica eleitoral, é umha boa notícia para o comunismo revolucionário pois contribue para facilitar o desmascaramento das falácias sobre as que se leva construíndo e reconfigurar o projeto ruturista sob direçom e orientaçom operária.
 
Sobre parte desta análise ja realizei umha reflexom em maio.
 

Comparte esta noticia
¿Gústache esta noticia?
Colabora para que sexan moitas máis activando GCplus
Que é GC plus? Achegas    icona Paypal icona VISA
¿Gústache esta noticia?
Colabora para que sexan moitas máis activando GCplus
Que é GC plus? Achegas    icona Paypal icona VISA
Carlos Morais Carlos Morais nasceu em Mugueimes, Moinhos, na Baixa Límia, a 12 de maio de 1966. Licenciado e com estudos de doutoramento em Arte, Geografia e História pola Universidade de Compostela, tem publicado diversos trabalhos e ensaios de história, entre os quais destacamos A luita dos pisos, Ediciós do Castro, 1996; Crónica de Fonseca, Laiovento, 1996, assim como dúzias de artigos no Abrente, A Peneira, A Nosa Terra, Voz Própria, Política Operária, Insurreiçom, Tintimám, e em publicaçons digitais como Diário Liberdade, Galicia Confidencial, Sermos Galiza, Praza Pública, Odiário.info, Resistir.info, La Haine, Rebelion, Kaosenlared, Boltxe ou a Rosa Blindada, da que fai parte do Conselho assesor. Também tem publicado ensaios políticos em diversos livros coletivos: Para umha Galiza independente, Abrente Editora 2000; De Cabul a Bagdad. A guerra infinita, Dinossauro, 2003; 10 anos de imprensa comunista galega, Abrente Editora 2005; A Galiza do século XXI. Ensaios para a Revoluçom Galega, Abrente Editora 2007; Galiza em tinta vermelha, Abrente Editora 2008; Disparos vermelhos, Abrente Editora 2012. Foi secretário-geral de Primeira Linha entre dezembro de 1998 e novembro de 2014. É membro do Comité Executivo da Presidência Coletiva do Movimento Continental Bolivariano (MCB). Fundador de NÓS-Unidade Popular em junho de 2001, formou parte da sua direçom até a dissoluçom em maio de 2015. Na atualidade, fai parte da Direçom Nacional de Agora Galiza e do Comité Central de Primeira Linha.