A marca Guinness de invariabilidade, e a longevidade política dos nossos presidentes (apenas quebrada recentemente), bem poderia levar a seguir a pauta doutros lugares onde também se decidiu deixar de celebrar eleições, faz muito tempo. Abundam os exemplos.
Mesmo sem ânimo de ofuscar o leitor com complexos cálculos d’hondtianos, resulta pertinente apresentar o índice de variabilidade na eleição de senhores senadores na Galiza durante o último quarto de século.
- Eleições de 1989: PP 12, PSOE 4.
- Eleições de 1993: PP 12, PSOE 4.
- Eleições de 1996: PP 12, PSOE 4.
- Eleições de 2000: PP 12, PSOE 4.
- Eleições de 2004: PP 12, PSOE 4.
- Eleições de 2008: PP 12, PSOE 4.
- Eleições de 2011: PP 12, PSOE 4.
Ninguém duvida da perfeição do nosso sistema, nem do primoroso equilíbrio da sociedade galega, refletido fielmente na estabilidade dos resultados dos dous maiores partidos da Galiza. A fé no voto “inútil”, pois ambos os partidos tem demonstrado em sucessivas oportunidades a sua mais absoluta incapacidade de olhar para além dos próprios interesses, bem poderia traduzir-se na designação real ou mesmo na restauração da representação samorana da Galiza em Cortes.
Ou também poderíamos começar a pensar nisso da democracia direta e conferir aos nossos perpétuos senhores senadores a sua merecida pensão vitalícia. Mas isso já são outras histórias.