Por Ramón Varela | Ferrol | 10/07/2020
Toda instituição que cobra do dinheiro dos cidadãos deve justificar que o dinheiro que se investe no seu mantimento está justificado, mas no caso presente o que se fazem é gastar dinheiro e tempo para defendê-la tanto os partidos políticos do 155 como os mídia.
Toda monarquia é significa desigualdade e privilégio e fia os destinos dum país à pura animalidade, a fatores genéticos duma determinada família, independentemente de todo mérito e capacidade, e isto para a história de Espanha foi muito prejudicial. Como se pode afirmar que a lei e a justiça são iguais para todos, quando faz a uns invioláveis e opacos a qualquer investigação enquanto que a outros os machuca aplicando-lhe delitos muito problemáticos? Espera-se que o rei ou rainha sirvam de modelos de conduta e possam inocular na cidadania condutas exemplares que dignifiquem a vida pública. Mas isto é incompatível com uma monarquia corrupta. Quem crê hoje na «moralina» cínica e hipócrita com que nos querem doutrinar o dia de Noite boa ou quando há uma catástrofe como a pandemia atual? Um tem a sensação que todo é falsidade e engano para consumo de incautos.
Meteram-nos o rei emérito polos olhos, apresentando-o como modelo de governante que nos trouxe a liberdade e a democracia, mas na realidade parece que promoveu um golpe de estado que tinha como finalidade dirigir o país polos poderes fácticos à margem da legalidade e da democracia. Foi apresentado como um monarca campichano e, portanto, afável e próximo à gente, quando não era mais que um ladrão que aproveitou o seu status de inviolável para apropriar-se dum dinheiro de duvidosa procedência e defraudar à Fazenda pública. Evidentemente ele aproveitou-se do seu cargo, mas outros fizeram possível que se aproveitasse dele, situando-o constitucionalmente para além do bem e do mal e agora outros estendem a sua inviolabilidade até a sua morte e negam-se a que seja investigado polos representantes da cidadania, que foi a despossuída do seu dinheiro.
Além de aproveitar-se do seu status para roubar também o utilizou para copular com quanta mulher se lhe puser a tiro, recompensando a algumas delas, como a Corina, com nada menos que 65 milhões de euros detraídos à cidadania, em tempos em que a maioria da população estava a sofrer a maior crise que se recorda em décadas. Era presidente duma sociedade ecologista, mas compaginava este cargo com a caçada de ossos borrachos e elefantes.
O seu filho renunciou à herança, para intentar salvar o seu “choio”, a sabendas de que o Código Civil proíbe renunciar a uma herança antes de que morra o testador, e, portanto, a citada renúncia é nula de pleno direito. Mas com essa renúncia pretende matar dous pássaros dum tiro: que a renuncia não implique nada e que apareça como uma pessoa que aborrece do seu pai. Também lhe retirou a paga que lhe vinha passando a João Carlos pola sua conduta, mas em vez de dedicar este dinheiro em ressarcir a pessoas que sofrem pola pandemia, dedica-o para emergências da Casa Real. Todo o país esteve desamparado perante a emergência sanitária do coronavirus, e se alguém estava protegido esse era sem dúvida o rei.
Agora uma família que foi caçada pola justiça belga roubando, dedica-se a autopromocionar-se por todas as comunidades espanholas à conta dos que foram despossuídos do seu dinheiro polo seu pai. A coroa pertence a uma família e não a um indivíduo particular, e isto para as duras e para as maduras, e de ai que se uma pessoa tem êxito é toda a família a que sai ganhando, mas se uma pessoa delinqüi é toda a instituição familiar a que se vê afetada, e isto não tem volta de folha.