Por Ramón Varela | Ferrol | 18/03/2020
A monarquia é um, de seu, um sistema muito desigualitário em política; estabelece a maior desigualdade pessoal na cimeira do Estado, e quebranta o princípio da igualdade de oportunidades, de igualdade perante a lei, e já não digamos de igualdade de resultados. De ai que toda constituição monárquica tem que consagrar a desigualdade como norma. Todos somos iguais, também enquanto à justiça, salvo os membros duma família que se saltam a norma.
Como é uma instituição vitalícia, os reis/rainhas São pessoas que têm que estar ultra protegidas pola lei. Quando os americanos derrotaram os japoneses na II Guerra Mundial obrigaram-lhe ao imperador nipônico a reconhecer que não era uma divindade, senão um ser humano mais. Na CE de 1978 não se chegou a tanto, mas si declararam ao rei inviolável, e, por conseguinte uma pessoa que não tem que responder dos seus atos. Dedica-se a regalar dinheiro dos sofridos contribuintes, em épocas de crise e paro alarmante, às suas múltiplas amantes, porque parece que cumpria muito bem o seu rol de semental ibérico, e resulta que os representantes dos cidadãos decidem por esmagadora maioria que não pode ser submetido a uma investigação sobre as suas ações porque é irresponsável. Claro que o cárcere está cheio de irresponsáveis, mas neste caso querem dizer que é irresponsável legalmente. Ai va! e ficam tão panchos e sem tomar a menor medida para que seja responsável, já que é difícil lograr que o seja pessoalmente, sim que o seja legalmente.
É o sistema da incompetência na cimeira do Estado, porque a sua nomeação não depende da sua valia pessoal, senão simplesmente da sua animalidade, ou seja, da sua genética. A recombinação dos genes podem dar lugar a uma pessoa competente, mas no comum dos casos será uma pessoa do mais comum tanto intelectual como moralmente, e algumas vezes pode que um incompetente intelectualmente e/ou um depravado moralmente Os membros da família real são criados e educados numas condições especiais à parte do comum dos mortais. Para que mantenham a sua popularidade coloca-se, nas monarquias consolidadas dos nossos, o rei ou rainha à margem da luta partidária, em labores de moderação e representação e não de mando direto, mas, como vimos o 3 O essa norma não se cumpre no Estado espanhol. Isto tem como consequência que não respeitam o seu rol mais distintivo. Mas, a CE de 1978 empiorou-o muito porque lhe encomendou ao rei/rainha nada menos que a chefia da Forças Armadas, num país historicamente tão proclive às assuadas militaristas, a quem os bourbons lhe devem a sua restauração.
Mas, poderia dar-se o caso de que uma cousa seja a falta de legitimidade de origem e o que de seu significa uma monarquia, incluso a incorreta regulação do seu status, e outra cousa a legitimidade de exercício, ou seja, o desempenho eficaz e responsável do seu rol por parte das pessoas que encarnam a instituição monárquica. Mas observamos que João Carlos I foi um rei que, segundo alguns meios, amontoou uma imensa soma de dinheiro, próxima aos dous mil milhões de euros em base a comissões polo desempenho do seu rol, e vai te a saber se a algo mais. É uma pessoa que cada vez é assinalado com mais insistência como o impulsor inicial do golpe de estado do 23 F, ainda que durante muito tempo nos insistiram que fora quem salvara Espanha da ditadura golpista. A nível internacional foi o culpável da entrega ignominiosa do Sara ocidental a Marrocos, atraiçoando o povo saarauí. Ë um empedernido afeiçoada à caça, preferentemente de ursos borrachos e de elefantes, ao tempo que presidia associações animalistas.
A reação dos mídia mais importantes do Estado foi a de confabular-se para silenciar as suas falcatruas, com o resultado colateral de enganar a cidadania, o qual deu como resultado um grave dano à luta contra a corrupção e ao sistema democrático, ao tempo que a popularidade do monarca, em base à mentira e à ocultação, subia como a escuma, mas como não se pode enganar à cidadania de todo um Estado todo o tempo, parte das notícias terminaram por aflorar e fizeram cair em picado a sua popularidade. As pessoas que passavam por exemplares passaram a estar demonizadas. Agora, o CIS já não pergunta por ela, porque é muito baixa, e assim imos tirando. Os que se proclamam representantes da cidadania vêm tendo uma encomenda prioritária que se acrescenta ao seu labor para resolver os problemas dos cidadãos, que é a de sustentar a instituição monárquica, e, por isso aplaudiram entusiasticamente o dia da inauguração da nova legislatura, incluídos os que se declaram republicanos por convicção.
Nos nossos dias a maioria dos deputados e senadores mais que representantes da cidadania parece que são defensores da coroa, incluso tapando presuntivamente a sua corrupção e impedindo que se investigue. Mas eu pergunto-me: esta atitude de defesa a todo transe das ações puníveis da monarquia, não chega já a ser um delito de encobrimento de delito, penado no artigo 451 do Código Penal?