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O governo do gas

Por admin | CGAberto | 27/12/2020

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Quase ao mesmo tempo que o gaseiro Maran Gas Efessos, procedente de Malabo (Guinea Ecuatorial), atracava no peirao de Reganosa no concelho de Mugardos, Emilio Bruquetas, o seu diretor, comparecia ante a “Comisión non permanente especial de estudo sobre a reactivación económica, social e cultural de Galicia pola crise da covid-19”. Umha regasificadora que está funcionando sem licencias, depois de 5 sentenças do Tribunal Supremo [1] na sua contra. 

Un gaseiro en Reganosa, Ferrol ao fondo
Un gaseiro en Reganosa, Ferrol ao fondo | Fonte: Nemigo Flickr

Quase ao mesmo tempo que o seu diretor realizava umha prédica ambientalista nessa comissom [2], a favor das energias renováveis, das energias verdes, nas que incluem, intencionadamente, ao metano, o gaseiro iniciava umhas manobras de entrada na Ria de Ferrol ponhendo em perigo a vida de milhares de pessoas que vivemos na sua contorna, pondo proa cara umha regasificadora, que lhe aportou o passado exercício uns benefícios de 16 milhons de euros ao Grupo Tojeiro [3]. 

Quase ao mesmo tempo que Reganosa, para o processo de regasificaçom, esteriliza com hipoclorito sódico mais de 32,8 milhos (2019) de toneladas de água da ria e a expulsa refrigerada, diminuindo a sua temperatura sobre uns 4,6 ºC, no Parlamento Europeio e nos despachos da Comissom Europeia, os grupos gasistas estavam livrando umha dura batalha para conseguir nom ficar fora dos fundos de desenvolvimento regional (FEDER) ou dos do Mecanismo de Recuperaçom e Resiliência (RFF). [4] Porque o metano, principal componente do GNL, combustível fóssil, é responsável do 25% do aquecimento do planeta, e mais letal para o clima que o próprio CO₂ . [5] 

A confusom, a desinformaçom, e a falta de peso político de organizaçons que tenhem como prioridade na agenda a loita contra o cámbio climático, fai que a oportunidade de reformulaçom do modelo energético, que nos deu coma um agasalho compensatório a crise do Covid-19, vaia ser aproveitada polos lobys gasistas para beneficiar-se da torta de milhons de euros que se vam repartir para a recuperaçom económica na UE. 

O Comité de expertos que vem acompanhando a Nuñez Feijoo desde o inicio da pandémia, do que forma parte o director de Reganosa, foi elaborando projetos nessa linha, e está moi pendente das decisons que se tomem em Europa. Projetos da velha guarda das multinacionais que operam na Galiza, Citroën, Inditex e Reganosa, ou o que é o mesmo, automoçom, modelo têxtil deslocalizado e gas. [6] No caso de Reganosa, onde a Xunta, junto ao Grupo Tojeiro, controla o 85% da regasificadora e através das empresas de serviços e investimentos conforman unha multinacional, que mantém negócios em Malta, Alemania, Italia, Kuwait, Brasil, Chile, Canadá, Ghana e Mozambique, tendo na actualidade só umhas 125 pessoas en plantilha, começa a conhecer-se algúns traços desses proxectos que volvem apontar ao interior da Ría de Ferrol. [7]

Investimentos milhonários que nada tenhem a ver com a potenciaçom dos nossos recursos naturais, a defensa dos nossos sectores produtivos tradicionais e do nosso médio ambiente, linhas básicas que devera seguir qualquer política de “reconstruçom” post-covid na Galiza. Mesmo contabilizando a potencia em criaçom de emprego, dos distintos modelos energéticos, a aposta polo gas é a menos rendível. [8] 

A Uniom Europeia estabelece seis objetivos ambientais e aclara que umha atividade pode considerar-se ambientalmente sostível, se contribui a qualquer de esses objetivos sem danar significativamente a nengum dos outros:

1. Atenuar o cámbio climático (evitar / reduzir as emissons de gases de efeito invernadoiro ou aumentar a eliminaçom de gases de efeito invernadoiro). 

2. Adaptaçom ao cámbio climático (reduzir ou previr o impacto adverso no clima atual ou futuro agardado, ou os riscos de dito impacto adverso). 

3. Uso sostível e proteçom da água e os recursos marinhos. 

4. Transiçom a umha economia circular (centrando-se na reutilizaçom e reciclagem de recursos) 

5. Prevençom e controlo da contaminaçom. 

6. Proteçom e restauraçom da biodiversidade e dos ecosistemas. 

O principio de “nom prejudicar” assegura que umha atividade económica que causa mais dano ao médio ambiente que benefícios, nom se pode classificar como sostível. As atividades ambientalmente sostíveis também devem respeitar os direitos humanos e laborais. A Comisom Europeia está desenvolvendo critérios técnicos para cada objetivo, que deberam estar listos a finais de 2020, para a mitigaçom e adaptaçom ao cambio climático, e finais de 2021 para o resto de objetivos. 

Qualquer projeto que inclua o metano, ou a tecnologia biocida que Reganosa utiliza para a regasificaçom, tam destrutiva da biodiversidade e dos postos de trabalho na nossa ria, ou o seu funcionamento que pom em perigo a vida das pessoas, nom cumpre com os requisitos de sustentabilidade marcados pola UE, e polo tanto nom seriam merecedores dos fundos destinados à recuperaçom post-covid. Mas quem está acostumado a viver por acima da lei, gozando de impunidade, pode pensar que desta também se livrará, seja com projeto de carga de combustível para buques (HUB) [9], seja para a produçom de hidrogeno [10] utilizando eletricidade a partir do gas [11] ou pensando na fabricaçom de “metano sintético” [12]. 

O Ministerio de Transición Ecológica concede agora a Declaración de Impacto Ambiental a Reganosa -paso previo para darlle autorización e legalizala- . De momento aos coletivos alegantes, 19 associaçons e 244 vizinhas e vizinhos da contorna da Ría, que alegamos, non nos comunicaron nada, nin respostonderam às alegaçons feitas en setembro do 2019. 

Coma a George Floyd, intentam que deixemos de respirar, umha e outra vez colocam a sua bota na nossa cabeça, mas o projeto Reganosa segue supurando corrupçom, ilegalidade, e perigo para o medio ambiente e para milhares de vidas. 

[*] Lupe Ces participa no Comité Cidadán de Emerxencia para a Defensa da Ría de Ferrol. 

Notas.-

[1] Comité Cidadán de Emerxencia para a Ría de Ferrol. | 12/08/2020 - Ártabra 21 | Acceder ao Doc

[2] O diretor de Reganosa demanda apoio público a empresas na transiçom ecológica. 09/11/2020 - Diario de Ferrol | Ir á Web .

[3] Gadisa avanza con tranquilidade, bons alimentos e récord de benefícios antes da covid-19. 20/08/2020 - El Correo Gallego. |  Ir á Web .

[4] A aposta energética polo hidrogeno reabre a guerra de gasodutos na UE. 14/10/2020 - La Información. |  Ir á Web .

[5] e [8] Por que o diñeiro europeo da recuperación non pode financiar o gas. De Samuel Martín-Sosa, Javier Andaluz Prieto e Nuria Blázquez. 29/10/2020 - Ártabra 21 |  Ir á Web .

[6] A automoçom galega busca mobilizar 1.300 milhos dos fundos europeus. 10/11/2020 - Diario de Ferrol |  Ir á Web .

[7] Nova planta de Reganosa pode producir hidrógeno verde em A Coruña apoiada por Estado e Xunta. 07/10/2020 - GaliciaEspress |  Ir á Web

[9] Feijoo, sobre o HUB de GNL de Reganosa: “é unha oportunidade que nom podemos desaproveitar". 23/10/2017 - Web de Reganosa.  | Ir á Web .

[10] A Associaçom Empresarial Eólica alerta contra o hidrogeno azul e o grise. 05/10/2020 - Energía Renovables  |  Ir á Web .

[11] Ciclos Combinados: rentabilizar o soporte á transición ecológica (Página 38 da revista GasActual Nº 156) - Xullo/Setembro 2020. |  Acceder/Baixar .

[12] O gas natural, acelerador da transición energética (Página 42 da revista GasActual Nº 156) - Xullo/Setembro 2020. |  Acceder/Baixar .

Lupe Ces Rioboo

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