O ano 22 a.e.c. teve lugar no monte Medúlio o último capítulo duma batalha entre os guerreiros galegos, cântabros e astures contra as legiões romanas ao mando de Caio Fúrnio e Públio Carísio e no que os últimos resistentes se suicidaram para não cair em mãos dos inimigos romanos. O historiador romano dos s. I e II, Lúcio Aneo Floro oferece o seguinte relato deste episódio: “Por último teve lugar o assédio do Monte Medúlio, sobre o qual, depois de cercá-lo com um fosso contínuo de quinze milhas, avançaram a um tempo os romanos por todas partes. Quando os bárbaros se vem reduzidos á extrema necessidade, em meio dum festim, deram-se morte com o lume, a espada e o veneno exprimido da árvore teixo. Assim a maior parte liberaram-se da catividade, que a uma gente até então indômita parecia mais intolerável que a morte.” (MARTINO EUTÍMIO, Roma Contra Cántabros y Astures. Nueva Lectura de las Fuentes, Editorial Sal Terrae, Santander, 1982, p. 32). Ante uma situação desesperada, estes guerreiros preferem a morte a um mal que se apresenta como inevitável e que seria ainda pior que ela, como é ser reduzidos a escravos dos romanos.